terça-feira, 13 de junho de 2017

Professor da ESTÁCIO FIB cria e lança aplicativo para Celíacos e Alérgicos a Alimentos

O Professor Helder Aragão, do Centro Universitário da Bahia (Estácio FIB), resolveu superar de forma inteligente o seu próprio diagnóstico de Doença Celíaca. Ele criou, em conjunto com os alunos de Sistemas de Informação, um aplicativo voltado para pessoas com a Doença Celíaca e Alergia Alimentar.

A doença celíaca é autoimune, ou seja, o glúten estimula a autodestruição do corpo, através da produção dos autoanticorpos (o antitransglutaminase e o antiendomísio) [1] [2]. O glúten está presente no trigo, cevada e centeio e em uma infinidade de alimentos industrializados.

Quem tem a doença celíaca pode ter uma série de sintomas, tais como: infertilidade, dor de cabeça, desconforto abdominal, diarreia, perda de peso, intestino preso, inchaço, aftas, queda de cabelo, cansaço, anemia, dores articulares, dentre outros [1].

A doença celíaca é genética e sistêmica, podendo afetar vários órgãos do corpo. Infelizmente, se não tratada corretamente, a doença celíaca pode evoluir com gravidade e o celíaco tem mais chances de desenvolver, por exemplo, osteoporose e, até mesmo, câncer. A doença celíaca não tem cura e nem tratamento por meio de medicamentos. O único tratamento é seguir a dieta sem glúten para a vida toda.

Uma vez diagnosticado, o celíaco precisa se adaptar à nova vida. Esta adaptação envolve também, muitas vezes, os familiares e amigos. O celíaco não pode ter contato com o mínimo de glúten, portanto, tudo deve ser separado em sua casa: talheres, panelas e forno. Isto porque nada pode ser compartilhado. Um forno e uma panela que foram usadas para cozinhar alimentos com glúten, não podem ser utilizados para cozinhar os alimentos para um celíaco ou alérgico. O celíaco, também, não pode se alimentar em restaurantes, pois eles não são adaptados à sua condição. Em Salvador, atualmente, só existe um local totalmente adaptado para os celíacos e alérgicos a alimentos. Desta forma, o celíaco deve estar sempre com a sua comida ou se alimentar em casa, o que significa um desafio cotidiano.

Vale salientar que a doença celíaca pode afetar pessoas de qualquer idade. A média de diagnostico, infelizmente, ainda é alta. Existem pessoas que levam 5 ou 10 anos até conseguirem o diagnóstico correto. Tiago Leifert e Isis Valverde estão entre os famosos que são celíacos.

O Governo Federal pensando nestas pessoas aprovou a Lei No 10.674, de 16 de maio de 2003, que obriga a impressão nos rótulos dos termos “não contem glúten”. Mais recentemente, foi aprovada a Resolução-RDC nº 26, de 02 de julho de 2015, que determina a inclusão dos alimentos alergênicos nos rótulos dos alimentos tais como soja, leite, amendoim, dentre outros.

Foi pensando neste contexto e nestas pessoas que o professor Helder Aragão submeteu o projeto do aplicativo, sendo avaliado e aprovado por professores Mestres e Doutores da área.

O aplicativo possui informações a respeito das alergias alimentares e doença celíaca. Espera-se que o aplicativo promova uma maior disseminação sobre o tema, visando minimizar o preconceito sobre o assunto. As pessoas que desconhecem a Doença Celíaca e as Alergias Alimentares acham um exagero, ou até mesmo paranoico, os cuidados que os celíacos e alérgicos devem ter.

O professor conta que passou por muitos profissionais até conseguir o diagnóstico correto, que só aconteceu dois anos após os primeiros sintomas.

O aplicativo SmartRotulo está em fase de testes e deve incorporar artigos científicos, endereços e contatos de profissionais de saúde que tratam a doença celíaca e as alergias alimentares. Além disso, o aplicativo deverá conter endereços de locais específicos adaptados aos celíacos e alérgicos, tais como restaurantes e supermercados.

Um dos alunos presentes relatou: “Achei fantástica a ideia do professor. Inspirador. Boa parte das pessoas diante de um diagnóstico deste ficaria triste e abatida, mas o professor superou de forma inteligente. A apresentação foi ótima.”


Professor Helder Aragão e os alunos de Sistemas de Informação apresentando o aplicativo em uma Jornada Científica do Centro Universitário Estácio da Bahia.

REFERÊNCIAS