O Professor Helder Aragão, do Centro Universitário da Bahia
(Estácio FIB), resolveu superar de forma inteligente o seu próprio diagnóstico
de Doença Celíaca. Ele criou, em conjunto com os alunos de Sistemas de
Informação, um aplicativo voltado para pessoas com a Doença Celíaca e Alergia
Alimentar.
A doença celíaca é autoimune, ou seja, o glúten estimula a
autodestruição do corpo, através da produção dos autoanticorpos (o
antitransglutaminase e o antiendomísio) [1] [2]. O glúten está presente no
trigo, cevada e centeio e em uma infinidade de alimentos industrializados.
Quem tem a doença celíaca pode ter uma série de sintomas,
tais como: infertilidade, dor de cabeça,
desconforto abdominal, diarreia, perda de peso, intestino preso, inchaço, aftas, queda de cabelo, cansaço, anemia, dores
articulares, dentre outros [1].
A doença celíaca é genética e sistêmica, podendo afetar
vários órgãos do corpo. Infelizmente, se não tratada corretamente, a doença
celíaca pode evoluir com gravidade e o celíaco tem mais chances de desenvolver,
por exemplo, osteoporose e, até mesmo, câncer. A doença celíaca não tem cura e
nem tratamento por meio de medicamentos. O único tratamento é seguir a dieta
sem glúten para a vida toda.
Uma vez diagnosticado, o celíaco precisa se adaptar à nova
vida. Esta adaptação envolve também, muitas vezes, os familiares e amigos. O
celíaco não pode ter contato com o mínimo de glúten, portanto, tudo deve ser
separado em sua casa: talheres, panelas e forno. Isto porque nada pode ser
compartilhado. Um forno e uma panela que foram usadas para cozinhar alimentos
com glúten, não podem ser utilizados para cozinhar os alimentos para um celíaco
ou alérgico. O celíaco, também, não pode se alimentar em restaurantes, pois
eles não são adaptados à sua condição. Em Salvador, atualmente, só existe um local
totalmente adaptado para os celíacos e alérgicos a alimentos. Desta forma, o
celíaco deve estar sempre com a sua comida ou se alimentar em casa, o que significa um desafio
cotidiano.
Vale salientar que a doença celíaca pode afetar pessoas de
qualquer idade. A média de diagnostico, infelizmente, ainda é alta. Existem
pessoas que levam 5 ou 10 anos até conseguirem o diagnóstico correto. Tiago
Leifert e Isis Valverde estão entre os famosos que são celíacos.
O Governo Federal pensando nestas pessoas aprovou a Lei No 10.674, de 16 de maio de 2003, que obriga a impressão nos rótulos dos termos “não contem
glúten”. Mais recentemente, foi aprovada a Resolução-RDC nº 26, de 02 de julho
de 2015, que determina a inclusão dos alimentos alergênicos nos rótulos dos
alimentos tais como soja, leite, amendoim, dentre outros.
Foi pensando neste contexto e nestas pessoas que o professor
Helder Aragão submeteu o projeto do aplicativo, sendo avaliado e aprovado por
professores Mestres e Doutores da área.
O aplicativo possui informações a respeito das alergias
alimentares e doença celíaca. Espera-se que o aplicativo promova uma maior
disseminação sobre o tema, visando minimizar o preconceito sobre o assunto. As
pessoas que desconhecem a Doença Celíaca e as Alergias Alimentares acham um
exagero, ou até mesmo paranoico, os cuidados que os celíacos e alérgicos devem
ter.
O professor conta que passou por muitos profissionais até
conseguir o diagnóstico correto, que só aconteceu dois anos após os primeiros
sintomas.
O aplicativo SmartRotulo está em fase de testes e deve
incorporar artigos científicos, endereços e contatos de profissionais de saúde
que tratam a doença celíaca e as alergias alimentares. Além disso, o aplicativo
deverá conter endereços de locais específicos adaptados aos celíacos e
alérgicos, tais como restaurantes e supermercados.
Um dos alunos presentes relatou: “Achei fantástica a ideia
do professor. Inspirador. Boa parte das pessoas diante de um diagnóstico deste
ficaria triste e abatida, mas o professor superou de forma inteligente. A
apresentação foi ótima.”
Professor Helder Aragão e os alunos de Sistemas de Informação apresentando o aplicativo
em uma Jornada Científica do Centro Universitário Estácio da Bahia.
REFERÊNCIAS